sexta-feira, 13 de junho de 2014

Sobre a Greve dos Municipários







A greve é um período tenso, desgastante, onde cada um dos lados envolvido tenta demonstrar que tem mais força na intenção de atingir seus objetivos. Não é algo desejado, mas é um recurso muitas vezes necessário para os que lutam por direitos não reconhecidos. Quanto aos opressores sabemos que podemos esperar todo tipo de atitude com a finalidade de nos manter na opressão aceitando o que eles impõem, sejam eles os patrões que querem elevar seus lucros ou os administradores públicos que desejam manter seus privilégios e de seus apoiadores. O que eu não entendo é quando os próprios oprimidos se colocam contra seus iguais tomando atitudes que enfraquecem a luta. Nestes momentos acontecem coisas que surpreendem, parece que as pessoas perdem a noção do razoável e passam a agir sem refletirem sobre seus atos. Estes fatos acontecem dos dois lados. No caso da greve dos Municipários de Pelotas, interrompida na tarde de hoje, como sempre acontece, a Secretaria de Educação pede aos diretores que envie listas dos professores e funcionários em greve, provavelmente como forma de pressão para que os grevistas retornem ao trabalho, ou apenas para  avaliar a adesão ao movimento. Como sempre, na Escola João da Silva Silveira temos por posição não enviar listas e assim tem sido já em gestão anteriores e a atual direção da escola respeita e mantém a decisão da escola. Surpreendentemente recebi hoje telefonema da SMED, não para pedir lista, mas para me informar que havia sido entregue naquela secretaria a relação do livro ponto (cópia) dos não grevistas e como sabiam da minha posição de não entregar lista perguntaram se eu havia autorizado alguém a fazê-lo, pois nos tais documentos não constava a assinatura da direção da escola. Resolvi então ir até a SMED saber o que realmente estava acontecendo, na conversa com a pessoa responsável ficou claro que documentos da escola só saem com a autorização da direção e se eu não havia autorizado o encaminhamento dos tais documentos, estes se tornavam sem valor. O que me motivou a escrever este texto, não é denunciar que alguém, indevidamente tomou a iniciativa de realizar um ato que só poderia ser feito pelo diretor ou pessoa por ele autorizada. O que quero é louvar a atitude das representantes da SMED que, sabendo da posição da escola, respeitaram e valorizaram quem está a frente da direção, não aceitando os documentos citados e ainda se mostrando muito preocupados com o fato de documentos restritos à escola terem sido enviados por pessoas que não estavam autorizadas, deixando a cargo da direção decidir que atitude tomar em relação ao fato. Parabéns à SMED pela posição, sabemos que esta é a coisa certa a fazer, mas muitas vezes não é o que acontece, então só temos a agradecer. 

Ricardo Moreira
Diretor

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