Se vivo fosse, o grande ator, diretor, roteirista, produtor, dançarino e músico Charles Spencer Chaplin faria aniversário hoje. Nascido em Londres, em 16 de abril de 1889 e falecido na Suíça, em 25 de dezembro de 1977, Chaplin dedicou sua longa vida à arte do cinema. Um dos atores mais famosos da era do cinema mudo, notabilizou-se tanto pelo uso da mímica que chegou a relutar em render-se ao cinema sonoro, surgido em 1927. Ele só faria seu primeiro filme eminentemente sonoro em 1940, mais de uma década depois, com O Grande Ditador, obra que satirizaria Hitler em pleno período da 2ª Guerra Mundial. Tal feito fez com que Chaplin fosse considerado extremamente corajoso por seus pares. Seu principal personagem, The Tramp, no Brasil conhecido como Carlitos, era um vagabundo pobretão, vestido de fraque, bondoso e com grande sentido de dignidade. Ele aparece em filmes como O Garoto e Tempos Modernos. A conduta corajosa, avançada e política de Chaplin muitas vezes não foi bem vista nos Estados Unidos. Na época do Macarthismo, espécie de patrulha anticomunista (comandada pelo hoje execrado senador Joseph McCarthy), por volta de 1950, Chaplin foi considerado inimigo americano, por manifestar ideias contrárias ao capitalismo, e, portanto, persona non grata naquele país. Perseguido politicamente e sendo alvo de propagandas que buscavam denegrir sua imagem, incluindo-o até mesmo na chamada lista negra de Hollywood, de que faziam parte os ditos inimigos do capitalismo, o artista acabou sendo exilado dos Estados Unidos, optando por viver na Europa e decidindo nunca mais retornar à América, promessa que cumpriu até o fim de sua vida. Deixou extensa obra e muitas citações até hoje cultuadas como:
A humanidade não se divide em heróis e tiranos. As suas paixões, boas e más, foram-lhe dadas pela sociedade, não pela natureza.
Se matamos uma pessoa somos assassinos. Se matamos milhões de homens, celebram-nos como heróis.
O assunto mais importante do mundo pode ser simplificado até ao ponto em que todos possam apreciá-lo e compreendê-lo. Isso é - ou deveria ser - a mais elevada forma de arte.
Amo o público, mas não o admiro. Como indivíduos, sim. Mas, como multidão, não passa de um monstro sem cabeça.
Por Maribel Felippe
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