quinta-feira, 3 de março de 2011

And the Oscar goes to... II


Com a apresentação de Anne Hathaway (O Diabo veste Prada) e James Franco (concorrente ao Oscar de melhor ator por 127 Horas), realizou-se neste domingo, em Hollywood, a tão esperada e concorrida cerimônia de entrega do Oscar. Sem grandes surpresas, a Academia acabou escolhendo como melhor filme do ano o favorito O Discurso do Rei, que levou também as estatuetas de melhor direção (Tom Hooper), melhor ator (Colin Firth), e melhor roteiro original, vencendo em quatro das onze categorias em que foi indicado. O filme, ambientado no período da 2ª Guerra, trata da história de George VI, rei da Inglaterra, que necessita da ajuda de um fonoaudiólogo para tratar da gagueira e elevar, através de seus discursos, o espírito da nação. Como a Academia costuma demonstrar simpatia por histórias edificantes e exemplos de superação, é natural que esse filme tenha sido escolhido. Já o eletrizante e perturbador Cisne Negro rendeu à Natalie Portman, como era esperado, o prêmio de melhor atriz. O fofo Toy Story III, que encantou e levou às lágrimas crianças e adultos do mundo inteiro foi merecidamente escolhido como melhor longa metragem de animação, obtendo também o prêmio de melhor canção original. A Rede Social, com sua história instigante e polêmica sobre o jovem criador do Facebook, levou a estatueta de melhor roteiro adaptado e melhor trilha sonora. E A Origem, acabou arrematando os prêmios técnicos de melhor edição de som, efeitos sonoros e efeitos visuais, além de um dos mais cinematográficos dos prêmios: o de melhor fotografia. O charmoso prêmio de figurino foi para Alice no País das Maravilhas e o de maquiagem foi para o horripilante Lobisomen que conseguiu deixar Benício del Toro bem feínho. 127 Horas, um bom filme segurado quase o tempo todo por um único ator – excelente desempenho do ainda novato James Franco – estranhamento não obteve prêmios. Quanto ao documentário Lixo extraordinário, esperança brasileira no Oscar, acabou perdendo para Trabalho Interno. Também não poderia ser diferente, vez que trata da responsabilidade pela crise econômica que derrubou a economia americana em 2008 e que respingou pelo mundo todo. Mesmo infantil e sem graça, a 83ª edição do Oscar não poderia deixar um problema como esse, tão americano, passar ao largo.

Maribel Felippe

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