Foi com essa frase que, em 24 de agosto de 1954, há exatos 56 anos, Getúlio Vargas se despediu da vida deixando para trás uma conturbada carreira política e deixando órfãos milhões de brasileiros humildes para quem sua morte foi uma comoção nunca superada. Um dos mais importantes políticos do século XX, governou o Brasil por quinze anos ininterruptos, de 1930 a 1945, quando foi deposto por um golpe militar exilando-se em sua terra natal, São Borja. Em seguida, pelo voto do povo, elege-se senador e, em 1951, mais uma vez embalado pelo voto popular, retorna à presidência do país. Indelével marca política de uma época, a chamada Era Vargas, é pródiga em conflitos políticos. Com a Revolução de 30, dá-se fim à República Velha, no entanto, em 1937, Getúlio fecha o Congresso Nacional e institui o Estado Novo, ditadura que dura até 1945. Na fase final, que vai de 1951 a 1954, seu governo é associado à corrupção e às negociatas através da crítica ferrenha de seus oposicionistas. Com o atentado da Rua Toneleros, que vitimou o Major Rubem Vaz, da aeronáutica, e teria ferido seu mais virulento opositor, o jornalista Carlos Lacerda, a crise política se agrava pois o presidente é acusado de ser o mandante do crime. Dizendo-se perseguido por forças ocultas, que eram na verdade o cerco da oposição com suas denúncias de corrupção e pelo chamado mar de lama que circundava o palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então sede do governo, Getúlio não suportou a pressão e suicidou-se naquele fatídico agosto que mudaria para sempre a história do Brasil. O homem, que fora o "pai dos pobres", sendo o precursor da maioria dos direitos sociais e trabalhistas no país, aprovando leis como a CLT e dando direito ao voto, era também capaz de perseguir comunistas e de governar o país com mão de ferro, como só um caudilho oriundo das oligarquias rurais o faria. Responsável pelo que os historiadores chamaram de "a modernização conservadora", Vargas fomentou a criação da Eletrobrás e da Petrobrás e deu ênfase ao desenvolvimento do país. Quando, já desiludido da política, sentindo-se insultado pelos adversários e traído pelas parcerias que havia feito, Getúlio põe termo à vida, ele já não é o caudilho poderoso. É, ao contrário, um homem abatido e triste, sombra do que um dia fora, alguém que já não encontra lugar na cena política brasileira. Alguém que, conforme se lê em sua carta-testamento, "serenamente deu o primeiro passo à caminho da eternidade e saiu da vida para entrar na história..Poor Por
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Por Maribel Felippe
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