segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Dia Nacional do Livro



Simbad foi o primeiro "livro grande" que ganhei
Dia Nacional do Livro

Luiz Carlos Vaz

  No dia 21 de dezembro de 1960 ganhei meu primeiro livro de histórias: Simbad, o marujo (1). Foi presente de aniversário de meu irmão e irmãs. Um livro belíssimo, formato grande, capa dura, ilustrado com bicos de pena de “Nils” que mostram as situações incríveis vividas pelo corajoso marinheiro de Bagdá. Além da narrativa das sete viagens do marujo, a metade final do volume traz algumas das histórias das 1001 noites, como O cavalo de ébano, Os encontros noturnos de Harun-al Raschid, A história de Abou Hassan, e outras.

As ilustrações do livro forneciam as dicas para imaginar o resto

  No início senti falta de mais figuras, mas logo a imaginação se encarregou disso e as ondas gigantes de oceanos nunca vistos por mim, e que ameaçavam o barco de Simbad, já estavam perfeitamente configuradas na minha mente. Eu era um guri do primário, mas logo fui me acostumando com a leitura dos livros mais robustos.

Mas imaginação, mesmo, era preciso ter para ler o Barão
Julio Verne era o nosso George Lucas

  Depois, em 1963, fui presenteado com As aventuras maravilhosas do Barão de Münchausen e, em 14 de agosto de 1965, cai nas garras de Julio Verne com Cinco semanas num balão. Nunca mais pude parar. As leituras de férias foram ficando cada vez maiores e, no Estadual, uma ótima professora de português, a professora Maria Veleda, colocou em minhas mãos, em 1964, ainda na primeira série do Ginásio, O Pequeno Príncipe, do Exupéry, e na terceira série, o maravilhoso livro de Henri De La Vaux, A volta ao mundo por dois garotos. A professora Maria Veleda ficou me devendo as férias de 1966, pois gastei todo o tempo disponível com as quase 400 páginas do De La Vaux...

  Não sei o que o os alunos do Estadual leem hoje. Mas, é certo que existem muito mais livros na Biblioteca, nas livrarias, nos supermercados, nas bancas de revista etc. Tomara que eles não estejam perdendo o precioso tempo com o biguibroder. Ora, é claro que não estão!

Luiz Carlos Vaz, jornalista
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(1) O livro é uma publicação da Casa Editora Vecchi, em 3ª edição. Uma impressão muito boa, capa dura, 90 páginas no formato 22x32, tradução de Lívio de Almeida. Logo no início há uma informação de que “Simbad, o marujo, foi filmado pela RKO, numa produção de Stephen Ames com direção de Richard Wallace. Argumento de John Twist e Geoge Yates”. Ainda informa o pequeno quadro, no centro da página quatro, que “o filme foi estrelado por Douglas Fairbanks, Mauren O’hara, Walter Slezak, Anhotny Quinn, George Tobias, Jane Greer, Mike Mazurki, Sheldon Leonard e Alan Napier”. Meu irmão (sempre ele...) me levou para assistir esse filme, muito tempo depois, no saudoso Cine Capitólio.
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