E aqui, a gurizada mostrando serviço: o certificado recebido pelas apresentações de trabalhos.
-Trabalhando as relações e desenvolvendo conteúdos através de seminários (Regina Batista)
Neste ano, que se considera praticamente no fim, muitas foram as ocasiões que tivemos para nos reunir e trocar experiências. Um bom exemplo, foi o Encontro de Escolas do Campo, onde pudemos discutir nossas semelhanças e diferenças, dentro do universo particularíssimo de cada escola, outro foi, este em larga escala, o Poder Escolar. E o dizemos em larga escala por reunir pessoas de diversas regiões e até países diferentes. Pois bem, dando encerramento à série Mestres do Poder (Veja, por favor, as postagens dos dias 6/08/10, 13/08/10, e também de 21/07/10) reiteramos hoje a importância que teve o Poder Escolar deste ano para a discussão das nossas práticas em sala de aula. O Poder, certamente, é o lugar onde devem estar todos aqueles que se preocupam com a educação, precisam reformular suas práticas e não desejam parar no tempo. Muitos são os cursos e palestras oferecidos pela SME, no entanto, é no Poder que todas as redes se encontram: município, estado e a esfera federal, através da universidade. É, com certeza, no Poder, que se reúnem os pensadores e as teorias filosóficas a respeito da educação que podem, e devem, contribuir para a mudança das esferas contextuais que nos cercam. Este ano fomos brindados com os mestres, que com seus cálices cheios dos saberes que amainam nossa sede, deixaram-se derramar sobre nós com sua experiência, sua eloquência e sua filosofia.
O Final
Enquanto o professor Cortella fez o público rir com sua explanação divertida, porém extremamente contundente e verdadeira, e o professor José Outeiral calou a plateia , embasbacando-a com a profundidade de seu discurso entremeado por teses psicológicas, o professor Valter Kohan, da UFRJ, com seu sotaque espanhol, foi pura interação com a assistência, fazendo perguntas e ouvindo respostas, no Teatro Guarany, como se fosse um professor na sala de aula. Ele mobilizou e enlouqueceu o atento público com assertivas que, tão logo proferia, na mesma hora punha por terra. Explanou sobre notas para pensar as (de)formações de um professor, chamando atenção para a necessidade de os professores aprenderem a ser emancipadores e não utilizarem a tática do embrutecimento, através da qual os professores fazem o aluno crer que não pode. Demonstrou grande conhecimento de filosofia lembrando, entre outros, o mito de Sócrates em que aprender significa lembrar. Segundo ele, nossas almas já sabiam, mas passaram pelo rio do esquecimento e que, quem ensina, faz essa alma lembrar do que sabia. O saber, então, estaria nas perguntas e não nas respostas. Importa para que se pergunta, pois se é só para avaliar o que o outro sabe, a pergunta pode se tornar perversa. Segundo Kohan, o saber deve ser forma de emancipação para quem aprende e os professores embrutecedores acham que detêm todo o conhecimento. Na ocasião, perguntou o professor Kohan o que era preciso fazer para reconhecer a autonomia do sujeito e também o que um bom professor deveria saber. À medida em que muitos na plateia respondiam, e não acertavam, o público ia ficando cada vez mais curioso e mobilizado. Ao final Kohan disse que, se os professores respondessem seus questionamentos, matariam a questão. E que esse pensar era um exercício de emancipação e não de embrutecimento. Achar-se que o conteúdo está em quem ensina, segundo ele, não é o caminho. Concluiu dizendo que deve se manter a curiosidade sobre estas questões para ir tentando resolvê-las no dia a dia.
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